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Susana acordou diferente esta manhã. Sei que ela sente saudades da cidade em que vivíamos. Sei também que nunca mais foi a mesma, desde o dia em que disse adeus ao homem que amou durante tantos anos. Eu ouvi o barulho de seus movimentos na cama. Sei que ela não dormiu bem.
Se eu pudesse, ensinaria alguns segredos a ela. Se pudéssemos conversar, diria a ela que tudo isso passa e que o tempo ensina coisas que não imaginamos. Se ela ao menos me ouvisse...
Percebi quando Susana se levantou. Vi quando ela colocou seu melhor vestido e penteou os cabelos, prendendo-os em um coque, da mesma maneira que costumava fazer para sair com o marido. Ela sempre se fazia bonita para vê-lo. Era assim que as coisas eram. Sei que ela sente falta de tudo.
Ouvi seus passos solitários e silenciosos, caminhando até a porta. Ela saiu de casa e caminhou até a praia. Eu a segui até onde as ondas chegavam de leve. Susana ficou parada, olhando para o horizonte. Uma lágrima rolou de seus olhos. Ela passou os braços ao redor de sua cintura e inesperadamente sorriu.
Talvez ela tivesse finalmente compreendido que a vida sempre segue o seu curso. Talvez ela houvesse entendido que, embora seja um lugar-comum, as águas sempre correm para o mar. Susana estava finalmente se despedindo de seu marido da maneira que devia.
Ela soprou um beijo para o infinito e sorriu novamente. Afinal de contas, embora Tony não estivesse mais vivo, ela ainda tinha uma vida para tocar.
Eu sorri por dentro, sabendo que, se Susana ainda tinha uma vida, eu tinha sete.
Plágio é crime e deve ser encarado como tal. A divulgação dos escritos é uma honra, mas os créditos são compulsórios.
Um espaço para dividir minhas crônicas, outros textos e percepções malucas.
sábado, 13 de novembro de 2010
Sete vidas
Susana acordou diferente esta manhã. Sei que ela sente saudades da cidade em que vivíamos. Sei também que nunca mais foi a mesma, desde o dia em que disse adeus ao homem que amou durante tantos anos. Eu ouvi o barulho de seus movimentos na cama. Sei que ela não dormiu bem.
Se eu pudesse, ensinaria alguns segredos a ela. Se pudéssemos conversar, diria a ela que tudo isso passa e que o tempo ensina coisas que não imaginamos. Se ela ao menos me ouvisse...
Percebi quando Susana se levantou. Vi quando ela colocou seu melhor vestido e penteou os cabelos, prendendo-os em um coque, da mesma maneira que costumava fazer para sair com o marido. Ela sempre se fazia bonita para vê-lo. Era assim que as coisas eram. Sei que ela sente falta de tudo.
Ouvi seus passos solitários e silenciosos, caminhando até a porta. Ela saiu de casa e caminhou até a praia. Eu a segui até onde as ondas chegavam de leve. Susana ficou parada, olhando para o horizonte. Uma lágrima rolou de seus olhos. Ela passou os braços ao redor de sua cintura e inesperadamente sorriu.
Talvez ela tivesse finalmente compreendido que a vida sempre segue o seu curso. Talvez ela houvesse entendido que, embora seja um lugar-comum, as águas sempre correm para o mar. Susana estava finalmente se despedindo de seu marido da maneira que devia.
Ela soprou um beijo para o infinito e sorriu novamente. Afinal de contas, embora Tony não estivesse mais vivo, ela ainda tinha uma vida para tocar.
Eu sorri por dentro, sabendo que, se Susana ainda tinha uma vida, eu tinha sete.
Quem sou eu
A autora por ela mesma
- Fernanda Coelho
- Uma pessoa muito bem humorada, otimista incorrigível, tentando se encontrar nesse mundo maluco.
Boas vindas.
Seja bem vindo você que vem curioso, que vem interessado ou mesmo desacreditado.
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
Obrigada pela presença
Eu apoio
Plágio é crime e deve ser encarado como tal. A divulgação dos escritos é uma honra, mas os créditos são compulsórios.
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6 comentários:
O ser humano tem uma capacidade fantástica para se recuperar de quase tudo; sejam elas por morte de alguém próxima, seja por separação. A única coisa muito difícil é travar a batalha dentro da gente para achar o equilíbrio do bem viver. A verdade, Fernanda, é que isso, conhecer-se realmente, é muito sofrimento, envolvem culpas, coisas difíceis de aceitarmos.
Grande beijo
Tais luso
Fernanda,
me arrepiei quando li este texto!
Sinto que devo parabenizá-la pela maneira sutil e marcante com que escreve. O título do blog está justificado em cada texto. Você é realmente uma encantadora de palavras!
Parabéns!
Obrigada, Bruna, pela visita e pelo comentário carinhoso. Seu blog entrou pra lista de leituras diárias.
Beijo
Belo texto....!!!vejo que vc.arrasa em seus textos...sejas bem no mundo da blogosfera...serei sua seguidora...e obrigada pela sua visita em meu blog...bjus queridaaaa!!!
Muito obrigada Beautiful Butterfly Woman. Fiquei muito feliz com a sua visita. Beijos
Ah FÊ escreve logo um livro e me manda pelo amor de Deus que tô louca pra continuar a ler e ver o fim dessas Histórias.... Credo Parece aqueles livros (espíritas) que leio , ta parecendo piscicografia.... rsrsrsrs lindo
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