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De todas as lentes que já usei para ver o mundo, a mais bacana é - de longe - aquela que as crianças usam. Não apenas pela vivacidade das cores e pelo encanto da descoberta, mas principalmente porque o mundo visto por olhos infantis é muito mais leve. E foi essa, uma das coisas que me fizeram querer escrever para elas.
Quando escolhemos para quem serão destinados os mundos e personagens que criamos, não estamos selecionando público; estamos, antes, nos pondo a serviço de algumas pessoas e nos dispondo a entregar-lhes algo com que se entreter e se encantar. Um escritor tem a obrigação de oferecer o seu melhor aos leitores e isso passa por enxergar o mundo sob o ponto de vista do outro.
Pensar como as crianças é difícil para nós, adultos, especialmente porque passamos a vida sendo treinados para abandonar esse costume. O mundo - preparado para ser sério, eficaz e efetivo - nos tira pouco a pouco a capacidade de sermos descomplicados. Mergulhamos devagarzinho, quase sem sentir, no mundo das nuances, dos meios tons e das meias verdades. E vamos nos distanciando de velhos hábitos como gostar por inteiro, aceitar ajuda e reconhecer nossos medos, entre tantos outros.
Acontece que para escrever para crianças, é necessário fazer essa viagem magnífica para onde tudo é possível: bichos podem falar, canetas esferográficas fazem greve e o céu chora. Empreender essa cruzada é encontrar-se com o que abandonamos ou esquecemos; é revisitar antigos conceitos e repensar os novos. Quando mudamos a lente com que enxergamos a realidade, ela se transforma. Somos apresentados a infinitas possibilidades que podem, inclusive, ser mais atraentes.
Crianças podem ver os fatos por seu melhor lado. A elas é permitido fazer tentativas sem necessariamente se cobrar um desempenho previamente estipulado. Para os pequenos, tudo é descoberta e novidade; a diversão pode estar escondida em coisas grandes como viagens para a praia e pequenas como papel picado. O universo miúdo é a terra das possibilidades, das palavras simples e da clareza de ideias. Deve ser por isso que minha filha me pede para fazer oração de criança
Visto de baixo pra cima, o mundo pode ser meio assustador, com seus casacões pesados, passos largos apressados e bigodes torcidos; pode ser esquisito com assuntos cheios de números indecifráveis, responsabilidades e conveniências. De minha parte, penso que na maioria das vezes esse ponto de vista é adorável. Porque olhando para cima é que enxergamos o céu.
Beijinhos,
Fê Coelho.
Um espaço para dividir minhas crônicas, outros textos e percepções malucas.
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
O Mundo Miúdo
De todas as lentes que já usei para ver o mundo, a mais bacana é - de longe - aquela que as crianças usam. Não apenas pela vivacidade das cores e pelo encanto da descoberta, mas principalmente porque o mundo visto por olhos infantis é muito mais leve. E foi essa, uma das coisas que me fizeram querer escrever para elas.
Quando escolhemos para quem serão destinados os mundos e personagens que criamos, não estamos selecionando público; estamos, antes, nos pondo a serviço de algumas pessoas e nos dispondo a entregar-lhes algo com que se entreter e se encantar. Um escritor tem a obrigação de oferecer o seu melhor aos leitores e isso passa por enxergar o mundo sob o ponto de vista do outro.
Pensar como as crianças é difícil para nós, adultos, especialmente porque passamos a vida sendo treinados para abandonar esse costume. O mundo - preparado para ser sério, eficaz e efetivo - nos tira pouco a pouco a capacidade de sermos descomplicados. Mergulhamos devagarzinho, quase sem sentir, no mundo das nuances, dos meios tons e das meias verdades. E vamos nos distanciando de velhos hábitos como gostar por inteiro, aceitar ajuda e reconhecer nossos medos, entre tantos outros.
Acontece que para escrever para crianças, é necessário fazer essa viagem magnífica para onde tudo é possível: bichos podem falar, canetas esferográficas fazem greve e o céu chora. Empreender essa cruzada é encontrar-se com o que abandonamos ou esquecemos; é revisitar antigos conceitos e repensar os novos. Quando mudamos a lente com que enxergamos a realidade, ela se transforma. Somos apresentados a infinitas possibilidades que podem, inclusive, ser mais atraentes.
Crianças podem ver os fatos por seu melhor lado. A elas é permitido fazer tentativas sem necessariamente se cobrar um desempenho previamente estipulado. Para os pequenos, tudo é descoberta e novidade; a diversão pode estar escondida em coisas grandes como viagens para a praia e pequenas como papel picado. O universo miúdo é a terra das possibilidades, das palavras simples e da clareza de ideias. Deve ser por isso que minha filha me pede para fazer oração de criança
Visto de baixo pra cima, o mundo pode ser meio assustador, com seus casacões pesados, passos largos apressados e bigodes torcidos; pode ser esquisito com assuntos cheios de números indecifráveis, responsabilidades e conveniências. De minha parte, penso que na maioria das vezes esse ponto de vista é adorável. Porque olhando para cima é que enxergamos o céu.
Beijinhos,
Fê Coelho.
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Quem sou eu
A autora por ela mesma
- Fernanda Coelho
- Uma pessoa muito bem humorada, otimista incorrigível, tentando se encontrar nesse mundo maluco.
Boas vindas.
Seja bem vindo você que vem curioso, que vem interessado ou mesmo desacreditado.
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
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