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Caríssimo senhor motorista do carro a uma distância de ridículos 20cm do meu pára-choque traseiro.
É muito respeitosa e ironicamente que lhe escrevo esta carta, senhor filho da mãe.
Gostaria de explicar, por meio desta, que não é pessoal o fato de eu não me enfiar em baixo do caminhão cegonha de 42m de comprimento, carregado, localizado imediatamente à minha direita. Acontece que tenho um distúrbio neurológico chamado "amor à própria vida", que me impede sumariamente de atender à sua insistente e luminosa solicitação.
Sinto muitíssimo pelo fato de meu carro não ser capaz de voar, saltar ou coisa que o valha, de modo que o senhor - ser humano que acumula toda a pressa da região - possa passar livremente pela pista que eu ocupo durante um período de tempo equivalente a uma piscadela.
Espero que entenda que não posso dispor de minha vida da maneira que bem me aprouver, visto que sou responsável por menores incapazes. Rogo que compreenda o fato de eu não estar disposta a me envolver em um acidente automobilístico. E, se me permite a repetição, credito essa indisposição ao meu distúrbio neurológico supracitado. Tenho um apego terrível às ações de inspirar e expirar, associado ao pânico gerado pela possibilidade de cessação dessas atividades.
Ressalto que tocar o pedal referente ao freio, ainda que levemente, ou mesmo retirar o pé do acelerador por míseros segundos não há de lhe fazer mal.
Na esperança de que o senhor tenha chegado a tempo de retirar o pai da forca, me despeço.
Acrescente aqui um palavrão e um gesto não muito amigável.
Fernanda Coelho
Plágio é crime e deve ser encarado como tal. A divulgação dos escritos é uma honra, mas os créditos são compulsórios.
Um espaço para dividir minhas crônicas, outros textos e percepções malucas.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Carta ao motorista logo atrás de mim.
Caríssimo senhor motorista do carro a uma distância de ridículos 20cm do meu pára-choque traseiro.
É muito respeitosa e ironicamente que lhe escrevo esta carta, senhor filho da mãe.
Gostaria de explicar, por meio desta, que não é pessoal o fato de eu não me enfiar em baixo do caminhão cegonha de 42m de comprimento, carregado, localizado imediatamente à minha direita. Acontece que tenho um distúrbio neurológico chamado "amor à própria vida", que me impede sumariamente de atender à sua insistente e luminosa solicitação.
Sinto muitíssimo pelo fato de meu carro não ser capaz de voar, saltar ou coisa que o valha, de modo que o senhor - ser humano que acumula toda a pressa da região - possa passar livremente pela pista que eu ocupo durante um período de tempo equivalente a uma piscadela.
Espero que entenda que não posso dispor de minha vida da maneira que bem me aprouver, visto que sou responsável por menores incapazes. Rogo que compreenda o fato de eu não estar disposta a me envolver em um acidente automobilístico. E, se me permite a repetição, credito essa indisposição ao meu distúrbio neurológico supracitado. Tenho um apego terrível às ações de inspirar e expirar, associado ao pânico gerado pela possibilidade de cessação dessas atividades.
Ressalto que tocar o pedal referente ao freio, ainda que levemente, ou mesmo retirar o pé do acelerador por míseros segundos não há de lhe fazer mal.
Na esperança de que o senhor tenha chegado a tempo de retirar o pai da forca, me despeço.
Acrescente aqui um palavrão e um gesto não muito amigável.
Fernanda Coelho
Quem sou eu
A autora por ela mesma
- Fernanda Coelho
- Uma pessoa muito bem humorada, otimista incorrigível, tentando se encontrar nesse mundo maluco.
Boas vindas.
Seja bem vindo você que vem curioso, que vem interessado ou mesmo desacreditado.
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
Obrigada pela presença
Eu apoio

Plágio é crime e deve ser encarado como tal. A divulgação dos escritos é uma honra, mas os créditos são compulsórios.
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1 comentários:
Pois é, claro que eu não dirijo, mas fico com medo desses loucos que recém descobriram a buzina e não vêem a hora de por pra funcionar.
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