Sentia-se cansada, pesada de lembranças que não queria mais carregar. Sabia que seus dias eram o amontoado das escolhas que fizera, assim como o futuro era todo lacunas a serem preenchidas. E o Beto? Bem, ele era um idiota. Só isso.
Abriu os olhos. Brincou com algumas lembranças ternas, como um bebê que admira um móbile. Os bebês crescem. Ela também crescera. E assim como os móbiles, aquelas memórias agora pareciam absolutamente fora de contexto.
A chaleira começou a chiar. O chá. A chaise. A blusa de lã em volta de si. A bebida quente. O gosto de maçã com baunilha. O Beto. Um idiota. As lembranças se desfazendo. A voz de James Blunt baixa e melodiosa no player. Um suspiro.
"Ah! vontade de ficar apaixonada!". Tomou mais um gole do chá.
"Passou".
Fê Coelho
Fê Coelho
3 comentários:
Adorei!!Parabéns Fernanda!!!
Obrigada, Thell. Beijão
Muito Lindo
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