quinta-feira, 13 de junho de 2013

Crônica de Quinta: A Fé e a Escada




Disse Martin Luther King Jr., "Dê o primeiro passo com fé. Você não tem que ver toda a escada. Você só precisa dar o primeiro passo". Sabem de uma coisa? Eu acredito nele. Quem me conhece pessoalmente, quem acompanha meus dias sabe disso: andei vivendo pela fé. Subi degrau por degrau, uma escada enorme, cujo fim eu não tinha a menor ideia de onde ficava; mas subi. E acontece que cheguei ao final de um dos lances. Acredito que isso me dê um mínimo de propriedade para falar com vocês sobre um assunto delicado: a fé.

Não pretendo discutir doutrina, religião ou divindades. Quero falar apenas da fé - essa capacidade que temos de acreditar em algo que não é palpável, que não se pode ver ou provar. Quero falar dessa certeza que temos cá dentro do peito e que tantas vezes guia nossos passos. Falemos do primeiro degrau, quando não se vê a escada, mas tem-se a confiança de que ela está lá. Na maior parte das vezes não é fácil fazer isso. Permita-me o leitor, descartar as atrocidades que já foram cometidas em nome de crenças ou pela falta delas e concentrar-me nos efeitos que eu experimentei em função da fé.

De imediato, acreditar que a estrada vai - como diz a música da banda Los Hermanos - além do que se vê, me permitiu o consolo. Quando os dias são muito difíceis, é preciso ter algo que amenize a situação. A fé fez isso por mim. Nos momentos mais complicados, eu me recordava que nem por um segundo eu estava sozinha; havia alguém que olhava por mim e que trabalhava a meu favor. Crer fez com que eu tivesse a sensação de que cumpria passos para algo maior, como se tomasse um remédio amargo que faria passar uma dor crônica. Essa certeza de que havia um plano me sustentou, manteve meu sorriso e permitiu que eu subisse um degrau por vez. Eu não podia ver todo o caminho; mas a cada curva que se revelava, crescia a confiança de que dias melhores viriam. A isso, eu chamo esperança.

Viver pela fé me permitiu exercitar a paciência. Por mais que queiramos, nem sempre podemos apressar as coisas. Os melhores frutos são os que amadurecem a seu tempo. E eu tive que aprender isso. Aprendi também que se você está trabalhando por algo, sendo digno e verdadeiro, cultivando amizades valiosas e acreditando sem reservas, as chances de sucesso são enormes. Boas sementes dão bons frutos. O que precisamos entender é que elas necessitam do seu tempo para se fortalecerem e só então procurarem a luz do sol.

Ah! leitor, mas quando as coisas acontecem... Quando finalmente enxergamos o caminho que trilhamos e entendemos que não, nossa vida não foi um amontoado de dias aleatórios, esse é um dia feliz além da conta! Ter passado pelo crivo da fé me ajudou a saborear as vitórias. Ter acreditado tanto e, justamente por isso, batalhado incansavelmente, deu um sentido absolutamente novo a tudo o que fiz nos últimos anos.

Acho que é mais ou menos isso: um degrau por vez, acreditando que a escada está lá. Porque no final das contas a decisão de não desistir já é uma forma de ganhar.

Beijinhos
Fê Coelho.



2 comentários:

cinthia disse...

Amei! Mais uma vez, parabéns pelos textos!

Fernanda Coelho disse...

Obrigada, Cinthia. Seja sempre bem vinda. Um beijo grande.

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