Que diabo de título é esse? Eu explico.
Hoje fui atacada por uma vontade maluca de comprar um livro novo. Entendam. Eu precisava realmente de um livro novo. Era uma coisa visceral.
Deixei as meninas na escola e dirigi para o shopping aqui perto de casa, disposta a ir às Lojas Americanas e ver se encontrava algum título baratinho pra tirar da solidão das prateleiras. Encontrei. Férias, da Marian Keyes. Versão de bolso, baratinho. Na medida das minhas necessidades. Exemplar único. Tão sozinho, tão abandonado... Eu não teria coragem de deixá-lo lá.
Quando estava no caixa, encontrei uma mulher que me lembrou o Smeagol. Feia? Nem um pouco. Estava inclusive muitíssimo bem arrumada. "Então qual o motivo da comparação?"
Acontece que o cartão dela não passou. Estava vencido. E...?
E aí a reação dela foi cair na risada e dizer: "Nossa que bom. Assim eu não compro mais nada com ele". Então alguma engrenagem no meu cérebro girou e a ficha caiu.
Afinal, como diz uma música do Frejat, quem é o dono de quem?
Fiquei depois de um tempo matutando sobre o que vi e cheguei à conclusão de que colocamos a culpa dos nossos atos em qualquer pessoa ou, no caso, objeto. Sempre que possível. Como no filme, a mulher pôs a culpa de seu consumismo no cartão. Só que ao contrário do filme, o cartão é um objeto inanimado e totalmente destituído de poderes místicos .
"A gente não conseguiu, mestre... O cartão é poderoso demais... O cartão obrigou a gente a comprar aquela bolsa carésima... Não foi nossa culpa..."
Quem levou quem para a loja?
E então fica a minha reflexão. Por que diabos não conseguimos simplesmente assumir a responsabilidade pelo que fazemos? Por que não podemos reconhecer que gastamos muito, ou que estudamos pouco, ou que não nos esforçamos o bastante? Provavelmente porque é mais fácil responsabilizar a dor de barriga, o colega de trás, o cartão.
E o mais engraçado de tudo foi quando ela, aliviada por ter um cartão vencido, abriu a carteira e retirou outro. Pagou a conta e guardou o famigerado pedacinho de plástico, bem protegido e confortável entre os vários companheiros de sua espécie.
Provavelmente, eles terminaram o dia numa reunião seriíssima sobre o próximo lugar onde levarão a dona para passear.
Beijinhos
Fê
skip to main |
skip to sidebar
Plágio é crime e deve ser encarado como tal. A divulgação dos escritos é uma honra, mas os créditos são compulsórios.
Um espaço para dividir minhas crônicas, outros textos e percepções malucas.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Quem sou eu
A autora por ela mesma
- Fernanda Coelho
- Uma pessoa muito bem humorada, otimista incorrigível, tentando se encontrar nesse mundo maluco.
Boas vindas.
Seja bem vindo você que vem curioso, que vem interessado ou mesmo desacreditado.
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
Obrigada pela presença
369,390
Eu apoio

Plágio é crime e deve ser encarado como tal. A divulgação dos escritos é uma honra, mas os créditos são compulsórios.
Catalogado por ideias
- A Galera Aqui de Casa (6)
- a vida (60)
- agradecimento (17)
- amigos (9)
- apresentação (2)
- cartão de crédito (1)
- cartas (14)
- Cartas para Ninguém (1)
- celular (4)
- contos (11)
- cotidiano (35)
- crônicas (100)
- Crônicas de Quinta (15)
- Em Dupla (1)
- encantadora de palavras (8)
- escrever (23)
- eu mesma (75)
- Eu que não falava de amor (1)
- fábulas (3)
- ficção (10)
- flores (1)
- historias infantis (6)
- home (1)
- humor (11)
- início (1)
- leitura de outros blogs (3)
- Leituras (3)
- listas (3)
- livros (4)
- maternidade (7)
- microcontos (5)
- o tempo (7)
- Papai Noel (1)
- Papo Sério (2)
- ponto final (2)
- reflexões (83)
- selos (2)
- série crônicas de saco cheio; (4)
- série desventuras no metrô (3)
- série sentimentos (71)
- série ser mãe é (15)
- sobre o amor (1)
- versos (5)
Posts que mais encantaram os leitores
-
Conheço você desde que me entendo por gente. Aprendi a andar ao seu redor, ou seria para fugir de você? Aprendi a falar para te pedir al...
-
Depois que me tornei mãe muitas coisas mudaram em mim. Coisas que eu não imaginava e que não pensava serem possíveis. Me tornei mais tol...
-
Não pedi por você. Nunca me perguntaram se eu queria um irmão menor, branquelo, de bochechas enormes e vivíssimos olhos escuros. Não c...
-
Achei que não fosse postar nada sobre o Natal, mas tenho recebido um bocado de mensagens carinhosas. Então acredito que pode cair bem, uma c...
-
Se existe algo fácil de se fazer, é irritar uma pessoa infeliz. Pessoas amargas, pessimistas e chatos em geral, então, são o que há de m...
-
A menina sonhava com um corselet. Desejava ardentemente se ver dentro de um, porque afinal de contas, todas as meninas da sua turma achava...
-
Se hoje alguém me pedisse um conselho, apenas um, eu diria: seja como os ipês. Tenho uma queda por eles, é verdade. Não escondo de nin...
-
Sabe, eu gosto de coisa simples. Gosto daquelas partes da vida em que tudo anda meio descomplicado, quando a gente olha e sabe bem o que...
-
Faz um tempo, me disseram que eu penso demais. Na época - como em tantas outras situações - eu não compreendi as implicações desse fato. Ai...
-
Estava aqui olhando as pessoas postarem citações e o pensamento voou. Foi inevitável, como tantas vezes acontece e me vi no meio de um que...
Blogs que acompanho
-
-
UM DIA A CASA CAI...Há 6 dias
-
-
Glimpses of the PastHá 3 anos
-
-
da intensidadeHá 8 anos
-
-
-
EntrelaçadasHá 9 anos
-
-
リースという選択Há 10 anos
-
Cheiro de Terra MolhadaHá 11 anos
-
OpostoHá 11 anos
-
Tudo pode acontecerHá 11 anos
-
Quando somos prejulgados...Há 12 anos
-
-
-
-
Tudo passa...Há 12 anos
-
Interdição...Há 14 anos
-
-
-
2 comentários:
Quando penso no seu blog só me vem uma palavra na cabeça:
essencial.
E quando me pergunto o que faço aqui as explicações chegam fácil:
eu venho para ler algo que me faça sorrir, silenciar ou refletir, acho que o mais importante de tudo é que venho para te "ouvir" por letras!
Muito boa a comparação entre o poderoso UM anel para todos dominar e o cartão que tem o poder "do limite" mas que não é só UM. Parece que temos essa cultura do sentimento de vitima, que empilha motivos para diminuir ou desaparecer com a nossa culpa, nossa "máxima" culpa.
Obrigada pelo carinho, André. Eu fiz a comparação e achei ela meio maluca, mas no final, até que se mostrou plausível
Beijos
Postar um comentário