Hoje encontrei, sem querer, meu telefone celular numa estante do escritório aqui de casa. O papo já começa estranho, né? "Como assim, encontrou sem querer?" Pois é. Eu, ao contrário de milhões de pessoas, para quem o dito cujo é indispensável, não tenho paciência com ele. Embora ele seja extremamente útil - há que se reconhecer isso - eu simplesmente não consigo me habituar a depender dele.
Segundo a Wikipédia, o telefone celular ou telemóvel (em português europeu) é um aparelho de comunicação por ondas eletromagnéticas que permite a transmissão bidirecional da voz e dados utilizáveis em uma área geográfica que se encontra dividida em células, cada uma delas servida por um transmissor/receptor. A invenção da "belezura", segundo o mesmo site, ocorreu em 1947 pelo laboratório Bell, nos EUA.
1947? Sim.
De lá pra cá, cada vez mais pessoas são adeptas do uso - seja por livre espontânea vontade ou pressão. E eu fico cá com meus pensamentos, imaginando até quando eu vou conseguir ou querer resistir aos apelos maciços da minha família para que eu acorde e faça parte dos números (como toda pessoa de bom senso deve fazer).
Segundo dados do site Teleco, o número de celulares ativos no Brasil, no mês de junho/2010, era de 185.134.974 aparelhos. Isso representa, ainda segundo dados do site, um crescimento de 25.521.467 de aparelhos em um ano.
Então eu me pergunto: "Por que diabos eu não consigo me obrigar a usar o famigerado aparelhinho? Todo mundo faz isso. Todo mundo se acostuma. Por que é que eu não consigo?"
Minha história de desafeto com o aparelho celular começou há anos. Mais ou menos dez, pra ser mais específica. Ganhei de presente um Nokia pesadão, tela amarela, de segunda mão. Meu pai tinha acabado de comprar um aparelho melhor, menor e mais moderno (devia pesar mais ou menos um quilo - brincadeira).
Fiquei até feliz com a nova aquisição. Mas os dessabores não tardaram a se manifestar.
Primeiro: manter a bateria carregada - um inferno. As baterias não eram de litio, que eu me lembre. O que significa que eu tinha que deixar o fulano descarregar e depois carregar novamente. Diga-se de passagem que isso sempre acontecia quando eu não tinha como carregar o bendito.
Segundo: Ninguém me ligava e eu não ligava pra ninguém. Sempre fui uma amiga mais do "pessoalmente", se é que me entendem. Aquela coisa esquentava a orelha e eu ficava doida pra desligar logo. Sempre preferi encontrar meus amigos, olhar no rosto, abraçar, essas coisas. Hoje a coisa funciona diferente. Acabei usando mais o telefone e a internet com o passar do tempo. Afinal de contas todo mundo anda ocupado e a internet já é banda larga. Mas uso o telefone fixo. Quando estou fora de casa, ocasião em que lançaria mão do celular, não tenho tempo nem para arrancar os cabelos, o que dirá ficar de papo. Quando estou em casa... Celular pra quê?
Terceiro: Acho que eu sou desorganizada mesmo. Quando carrego o aparelho comigo, ele está descarregado. Quando ponho ele pra carregar, esqueço de carregá-lo comigo. Quando está carregado E comigo, geralmente está no silencioso. E quando não está no silencioso, nunca escuto ele tocar.
Embora a revolta seja perene, acho que minha família e amigos estão quase se acostumando, digo quaaase. Ainda brigam e reclamam comigo - muito. Eu ouço pacientemente, reconheço que eles têm razão e prometo que vou pôr o telemóvel pra carregar.
Aí eu chego em casa, olho de rabo de olho pra ele... Ele está dormindo tão quietinho, tão gostoso. Coitado. Amanhã eu ponho pra carregar...
Quem sabe amanhã, quem sabe..
Tem uma amiga minha, a Carol, que se dispede dizendo beijo me liga. Vou parafrasear.
Por hoje é só.
Beijo, me liga (no fixo).
Fê
UM NOVO LIVRO >> whisner fraga
Há um dia
2 comentários:
melhor eu pedir o numero do fixo então rsrs... já passei por isso, mas agora o telefone é praticamente indispensável pra manter a minha saudade em níveis saudáveis!
Quem sabe um dia eu mudo... Quem sabe. rsrsrsr
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