Por que diabos estou nessa de escrever? Foi a pergunta que me fiz ao ler um artigo do Raphael Draccon - autor da série Dragões de Éter - no blog Sedentário Hiperativo. No texto, o autor discorre sobre os motivos pelos quais escreve e lança a pergunta que ficou me agoniando por dois dias: por que eu tenho que escrever? Talvez, para contar o porquê de eu estar nessa, tenha que contar como entrei nessa. Vamos lá, então.
Sempre gostei de escrever, desde os tempos do ensino fundamental. Mas puxando a história pelo mais recente, comecei a escrever para me livrar de alguns pensamentos fixos. Um dia eu estava indo ao banco, quando uma moça de cabelos cor de chocolate, dona de uma livraria veio me contar que se apaixonara perdidamente por um pianista órfão, lindo de morrer, perfeito e, bem, por algum motivo que eu não sabia dizer, eles não estavam mais juntos. Ela me deu um parágrafo inteiro e minha missão era: descobrir o motivo da separação e resolver a história. Surgiam aí meus dois primeiros personagens: Rafaela e Marco. O que se seguiu a esse dia foi uma série de sonhos e pensamentos diurnos que me deixaram estressada. Como eu ja começava a ficar chateada com o fato de não saber quem a Rafaela era ou o motivo de ela terminar um relacionamento com um homem ótimo, resolvi escrever, pra ver se esquecia. Hahahah. Foi aí que eles me pegaram pelos pés meeesmo. Apareceu uma família, amigos e um monte de outras coisas. Tá certo que todos eles entraram na geladeira depois do surgimento da Carolina (A Encantadora de Palavras)
E aconteceu que, no meio desses personagens exigentes, acabei me encontrando. Me divirto com eles, rio na frente do computador, me estresso e passo um bom tempo vivendo seus problemas e soluções.
Mas dizer que escrevo porque os personagens me exigem, parece: 1- um motivo muito fraco pra gastar meu tempo nisso; 2- esquizofrenia (em franca atividade). E é por isso que comecei a pensar melhor sobre minhas pulsões.
Queimei a mufa durante dois dias, como eu já disse e cheguei a uma conclusão: herança
Se eu for falar sobre herdar bens materiais, hoje minhas filhas não receberiam um pau pra tacar no gato. E, embora a estabilidade financeira dos filhos na falta dos pais figure no hall de nossas obrigações, o que se deve deixar para eles vai muito além disso. E enquanto não resolvo o problema de ser rica (hihih), vou deixando para elas algumas lembranças de mim. Algo como aqueles anéis de família, que a mãe passa para a filha e para as netas e por aí vai.
Quero escrever para que algum pedaço de mim possa sempre estar com minha família, nem que seja um pensamento que virou papel. Pretendo deixar algo de que possam se orgulhar, depois que já tiverem se divertido bastante. Claro que, afirmando isso, parto do pressuposto que minhas histórias são boas. hahahah. Bem, fato é que, escrevendo para elas, eu capricho e graças ao bom Deus, elas gostam.
Quem sabe, daqui a alguns anos, ainda haja alguma história "da bisa" ou da "tata" correndo por aí.
Beijinhos
Fê
FLORES? >> Zoraya Cesar
Há 4 horas
2 comentários:
eu tenho uma amiga esquizofrênica kkk
esqueceu de dizer que mais gente aproveita um pouco dessa sua herança, tem um monte de amigos seus assim como eu que lembram da Fernanda por um conto ou um dos seus comentários engraçados.
Valeu, André. Não quis falar sobre outras pessoas, porque esquizofrênica já é o suficiente. Arrogante seria a gota d'água. hahahah. Beijos
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