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Se tem uma coisa sobre a qual tenho pensado muito essa coisa é o ofício de ser mãe. Tantas coisas acontecem e mudam em nossas vidas desde que adquirimos a credencial de mãe, que às vezes ficamos meio pasmas. Está aí uma definição que gosto de usar: ser mãe é a arte de se bestificar continuamente.
A primeira de todas as bestificações é o resultado positivo do exame de sangue. Sim, porque por mais que imaginemos ter dado entrada no processo para adquirir a já citada credencial, nunca acreditamos que isso seja realmente um fato consumado. Quando soube que iria ser mãe pela primeira vez, se é que isso de primeira ou segunda vez existe, acho que fiquei pasma. E, para ser sincera, não creio que tenha me recuperado até hoje.
Ficamos bestificadas com o amor que um pequeno ser ainda sem rosto pode nos despertar. E quando ele mexe a primeira vez então, tudo isso é elevado ao quadrado. A primeira ultrassom é uma coisa. Aquele bebezinho cabeçudo, com um corpinho minúsculo e um coraçãozinho que bate. Não existe bebezinho de utrassom melhor que o nosso.
Depois vem o nascimento e a série "meu primeiro": meu primeiro sorriso, primeiro dente, primeira vez que sentei, que disse mamãe (aliás, dizer mamãe antes de papai é uma questão de justiça - que me perdoem os pais), que andou... e por aí vai.
O primeiro dia na escola. A chegada de um irmãozinho. Aí vem a segunda onda de bestificações.
É inacreditável a quantidade de horas que podemos dedicar a olhar dois rostinhos sem enjoar deles. Incrível como podemos fazer tantas coisas ao mesmo tempo e ainda achar graça de tudo isso. E contar a mesma história vinte vezes. E falar tudo errado. E tentar fazer tudo certo. E viver para dar o exemplo. E errar tantas vezes.
Ser mãe é bestificar-se diariamente. Com o quanto uma criança pode ser observadora, com o quanto pode ser encantadora. Com o quanto você pode se irritar com alguém e, mesmo assim, nunca ter vontade de voar no seu pescoço.
É ficar pasma por perceber que passou um bom tempo torcendo para que os primeiros dentinhos não nascessem (para manter o bebezinho banguela mais gostoso do mundo juntinho com você) e depois se orgulhar dos dentinhos brancos que nasceram. E quando a criança já tem seus seis anos, ficar na maior expectativa, porque os dentinhos lá se vão caindo outra vez. E vibrar quando, novamente, você vê um dentinho novo.
Enfim. Ser mãe é manter-se bestificada e beatificamente em paz.
Um espaço para dividir minhas crônicas, outros textos e percepções malucas.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Reflexões sobre a maternidade
Se tem uma coisa sobre a qual tenho pensado muito essa coisa é o ofício de ser mãe. Tantas coisas acontecem e mudam em nossas vidas desde que adquirimos a credencial de mãe, que às vezes ficamos meio pasmas. Está aí uma definição que gosto de usar: ser mãe é a arte de se bestificar continuamente.
A primeira de todas as bestificações é o resultado positivo do exame de sangue. Sim, porque por mais que imaginemos ter dado entrada no processo para adquirir a já citada credencial, nunca acreditamos que isso seja realmente um fato consumado. Quando soube que iria ser mãe pela primeira vez, se é que isso de primeira ou segunda vez existe, acho que fiquei pasma. E, para ser sincera, não creio que tenha me recuperado até hoje.
Ficamos bestificadas com o amor que um pequeno ser ainda sem rosto pode nos despertar. E quando ele mexe a primeira vez então, tudo isso é elevado ao quadrado. A primeira ultrassom é uma coisa. Aquele bebezinho cabeçudo, com um corpinho minúsculo e um coraçãozinho que bate. Não existe bebezinho de utrassom melhor que o nosso.
Depois vem o nascimento e a série "meu primeiro": meu primeiro sorriso, primeiro dente, primeira vez que sentei, que disse mamãe (aliás, dizer mamãe antes de papai é uma questão de justiça - que me perdoem os pais), que andou... e por aí vai.
O primeiro dia na escola. A chegada de um irmãozinho. Aí vem a segunda onda de bestificações.
É inacreditável a quantidade de horas que podemos dedicar a olhar dois rostinhos sem enjoar deles. Incrível como podemos fazer tantas coisas ao mesmo tempo e ainda achar graça de tudo isso. E contar a mesma história vinte vezes. E falar tudo errado. E tentar fazer tudo certo. E viver para dar o exemplo. E errar tantas vezes.
Ser mãe é bestificar-se diariamente. Com o quanto uma criança pode ser observadora, com o quanto pode ser encantadora. Com o quanto você pode se irritar com alguém e, mesmo assim, nunca ter vontade de voar no seu pescoço.
É ficar pasma por perceber que passou um bom tempo torcendo para que os primeiros dentinhos não nascessem (para manter o bebezinho banguela mais gostoso do mundo juntinho com você) e depois se orgulhar dos dentinhos brancos que nasceram. E quando a criança já tem seus seis anos, ficar na maior expectativa, porque os dentinhos lá se vão caindo outra vez. E vibrar quando, novamente, você vê um dentinho novo.
Enfim. Ser mãe é manter-se bestificada e beatificamente em paz.
Quem sou eu
A autora por ela mesma
- Fernanda Coelho
- Uma pessoa muito bem humorada, otimista incorrigível, tentando se encontrar nesse mundo maluco.
Boas vindas.
Seja bem vindo você que vem curioso, que vem interessado ou mesmo desacreditado.
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
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4 comentários:
Linda Reflexão, é exatamente assim que nós mamães nos sentimos.
Parabens pelo Talento com as palavras e o Talento de ser Mãe.
Tem bebezinhos também? Delícia, né. beijos
fê
PIOR QUE É ASSIM MESMO!!!!
E BEM DE VC MESMO, A MAE MARAVILHOSA QUE É, QUANDO CRESCER QUERO SER IGUAL A VC!!!!
BJU
Eita Gisa. É perigoso ser uma mãe igual a mim. Minha sanidade mental está no limite. hahahaha.
Estou doida para conhecer o seu repolhinho. Ele é muito lindo nas fotos.
Beijos
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