terça-feira, 20 de agosto de 2013

Sobre pódios e emoções

Nunca sei muito bem como me dirigir a você aí do outro lado da tela. Fico do lado de cá pensando em como você gostaria de ser chamado. Por não saber a melhor maneira de resolver o impasse, vou chamá-los de amigos.
Estamos de parceria nova. Weeeeeee!
Mensalmente, vou postar um texto novo com uma pegada mais esportiva no blog do amigo Guigo Lopes. O site tem um conteúdo muito jóia e vale a pena a visita. O texto de estreia é o que segue abaixo e que pode ser encontrado nesse link aqui.
Espero que apreciem a novidade. 
Grande abraço,
Fê Coelho. 



Sobe a bandeira, começa o hino nacional. Os olhos dos atletas vão acompanhando, marejados. A música segue, os olhos também. Anos de treino todos ali, pendurados na voz da torcida. O pódio é o resumo de tudo aquilo que foi e não foi. E eu do lado de cá da televisão, torcendo para que ninguém fale comigo. Não é por mal, nem por nada. Não é por falta de espírito esportivo. Na verdade, ocorre o extremo oposto.

O que acontece é que me emociono toda vez que vejo a vitória de alguém, especialmente se os louros vierem em verde e amarelo. É um momento tão bonito e sublime que, eu invariavelmente acabo com a voz estrangulada, tentando segurar o choro - que toda vez me parece meio bobo - embora eu não consiga evitar. Ora, se não conheço aquelas pessoas, se não chutei uma só pedra do caminho que elas percorreram, se minha vivência no mundo esportivo se limita a alguns pequenos trotes, o que me faz ficar emocionada? Eu explico.

Uma das coisas que me emocionam no esporte é a capacidade que ele tem para transformar realidades desoladoras. A possibilidade de resgatar a dignidade, de formar o caráter, de ajudar a fazer escolhas, tudo isso é nobre. Outro ponto que me encanta é a necessidade de superação. Não que a própria vida não nos exija isso. Todos os dias, precisamos superar algum tipo de obstáculo, se quisermos ser melhores. No pódio, entretanto, isso se torna muito evidente. E mais coisas estão embutidas em minhas lágrimas mal-escondidas: a admiração pela força, pela persistência e disciplina; o encanto de ver um sonho realizado; o conhecimento de que todo grande feito é resultado de vida investida.

Acho que talvez as grandes vitórias dos atletas reflitam nossas realizações do dia a dia.  Quem sabe o grande ponto seja a superação; fazer aquilo de que não nos julgávamos capazes. Todos nós, cada um com seus obstáculos, vivemos de conquistar. Ultrapassamos concorrentes, aguentamos firme quando ameaçamos jogar a toalha, acertamos a mira para objetivos mais precisos, corremos mais rápido quando necessário e continuamos, quando pensamos que talvez seja a hora de desistir. No esporte e na vida, acredito que sejam essas as coisas que fazem a diferença.

E é por isso que eu me atrevo a pegar carona na emoção de quem vence: porque de uma forma ou outra estamos todos juntos. Porque grande ou pequeno, todo feito é motivo para comemorar.

Ver um atleta no pódio me recorda que o impossível, às vezes, é uma questão de ponto de vista. Vai dizer que isso não é emocionante?

Beijinhos
Fê Coelho.



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