skip to main |
skip to sidebar
Não foi sem querer que me atrevi a sonhar. Nem foi por acaso que resolvi me tornar uma pessoa com quem gosto de conviver. Não foi sem perceber que minha imagem no espelho foi se adequando aos meus gostos. Nem foi sem sentir que fiz dos meus dias algo que me orgulhe de relembrar. Estive pensando a esse respeito esta tarde; e a conclusão a que cheguei é que se há algo em nossa vida que faz a diferença, é a intencionalidade.
As pessoas - e aqui me incluo - podem ser muito injustas com o tempo, colocando sobre ele uma responsabilidade além da que lhe compete. Dizem que o tempo cura, que apaga, promove ou degrada. Dizem que o tempo é o senhor de todas as coisas. Hoje eu desconfio que ele simplesmente passa. Nós é que agimos, enquanto ele se vai.
O tempo é correnteza que não se deixa deter, que não se permite represar. É um regato, onde nós depositamos barquinhos de papel que lá se vão para o futuro: um sonho, um fato, uma oportunidade, afetos, expectativas. Ele carrega, mas não faz nenhum dos barcos. Tudo o que jogamos em seu leito precisou, primeiro, ser criado por nós - seja por nossas escolhas, ou pela falta delas. É a tal da intencionalidade.
Creio que viver de propósito seja um dos maiores presentes que podemos nos dar. E falo de coisas pequenas, como enxergar o ambiente à sua volta, sentir o cheiro das coisas, fazer escolhas conscientes, ouvir as pessoas atentamente, fazer o seu melhor no trabalho, apreciar o sabor dos alimentos e - por que não - sonhar de verdade. Ora, se vamos mesmo encher os dias de barcos de papel, por que não fazê-lo com aqueles que escolhemos usar? Por que não colorir a correnteza do tempo com as nuances que nos aprazem?
Não podemos controlar tudo. Seria infantil esperar que pudéssemos. Todavia, há um ou outro ponto da vida que estão, sim, disponíveis para escolhermos. E são esses, os que fazem a diferença entre as pessoas que estão vivendo e as que apenas existem . A cada vez que nos voluntariamos para assumirmos a responsabilidade por nossas próprias escolhas, uma frota de dias selecionados a dedo é colocada nessa correnteza que passa apesar de nós.
Não importa de quantos barquinhos seja feita a nossa história. O que interessa é quantos deles foram realmente dobrados por nós. E se há uma falha da qual a consciência nunca deveria ter a oportunidade de nos acusar, que seja a de ter vivido sem querer.
Beijinhos
Fê Coelho
Plágio é crime e deve ser encarado como tal. A divulgação dos escritos é uma honra, mas os créditos são compulsórios.
Um espaço para dividir minhas crônicas, outros textos e percepções malucas.
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Sobre intenções, barcos de papel e o tempo.
Não foi sem querer que me atrevi a sonhar. Nem foi por acaso que resolvi me tornar uma pessoa com quem gosto de conviver. Não foi sem perceber que minha imagem no espelho foi se adequando aos meus gostos. Nem foi sem sentir que fiz dos meus dias algo que me orgulhe de relembrar. Estive pensando a esse respeito esta tarde; e a conclusão a que cheguei é que se há algo em nossa vida que faz a diferença, é a intencionalidade.
As pessoas - e aqui me incluo - podem ser muito injustas com o tempo, colocando sobre ele uma responsabilidade além da que lhe compete. Dizem que o tempo cura, que apaga, promove ou degrada. Dizem que o tempo é o senhor de todas as coisas. Hoje eu desconfio que ele simplesmente passa. Nós é que agimos, enquanto ele se vai.
O tempo é correnteza que não se deixa deter, que não se permite represar. É um regato, onde nós depositamos barquinhos de papel que lá se vão para o futuro: um sonho, um fato, uma oportunidade, afetos, expectativas. Ele carrega, mas não faz nenhum dos barcos. Tudo o que jogamos em seu leito precisou, primeiro, ser criado por nós - seja por nossas escolhas, ou pela falta delas. É a tal da intencionalidade.
Creio que viver de propósito seja um dos maiores presentes que podemos nos dar. E falo de coisas pequenas, como enxergar o ambiente à sua volta, sentir o cheiro das coisas, fazer escolhas conscientes, ouvir as pessoas atentamente, fazer o seu melhor no trabalho, apreciar o sabor dos alimentos e - por que não - sonhar de verdade. Ora, se vamos mesmo encher os dias de barcos de papel, por que não fazê-lo com aqueles que escolhemos usar? Por que não colorir a correnteza do tempo com as nuances que nos aprazem?
Não podemos controlar tudo. Seria infantil esperar que pudéssemos. Todavia, há um ou outro ponto da vida que estão, sim, disponíveis para escolhermos. E são esses, os que fazem a diferença entre as pessoas que estão vivendo e as que apenas existem . A cada vez que nos voluntariamos para assumirmos a responsabilidade por nossas próprias escolhas, uma frota de dias selecionados a dedo é colocada nessa correnteza que passa apesar de nós.
Não importa de quantos barquinhos seja feita a nossa história. O que interessa é quantos deles foram realmente dobrados por nós. E se há uma falha da qual a consciência nunca deveria ter a oportunidade de nos acusar, que seja a de ter vivido sem querer.
Beijinhos
Fê Coelho
Quem sou eu
A autora por ela mesma
- Fernanda Coelho
- Uma pessoa muito bem humorada, otimista incorrigível, tentando se encontrar nesse mundo maluco.
Boas vindas.
Seja bem vindo você que vem curioso, que vem interessado ou mesmo desacreditado.
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
Obrigada pela presença
Eu apoio
Plágio é crime e deve ser encarado como tal. A divulgação dos escritos é uma honra, mas os créditos são compulsórios.
Catalogado por ideias
- A Galera Aqui de Casa (6)
- a vida (60)
- agradecimento (17)
- amigos (9)
- apresentação (2)
- cartão de crédito (1)
- cartas (14)
- Cartas para Ninguém (1)
- celular (4)
- contos (11)
- cotidiano (35)
- crônicas (100)
- Crônicas de Quinta (15)
- Em Dupla (1)
- encantadora de palavras (8)
- escrever (23)
- eu mesma (75)
- Eu que não falava de amor (1)
- fábulas (3)
- ficção (10)
- flores (1)
- historias infantis (6)
- home (1)
- humor (11)
- início (1)
- leitura de outros blogs (3)
- Leituras (3)
- listas (3)
- livros (4)
- maternidade (7)
- microcontos (5)
- o tempo (7)
- Papai Noel (1)
- Papo Sério (2)
- ponto final (2)
- reflexões (83)
- selos (2)
- série crônicas de saco cheio; (4)
- série desventuras no metrô (3)
- série sentimentos (71)
- série ser mãe é (15)
- sobre o amor (1)
- versos (5)
Posts que mais encantaram os leitores
-
Conheço você desde que me entendo por gente. Aprendi a andar ao seu redor, ou seria para fugir de você? Aprendi a falar para te pedir al...
-
Depois que me tornei mãe muitas coisas mudaram em mim. Coisas que eu não imaginava e que não pensava serem possíveis. Me tornei mais tol...
-
Não pedi por você. Nunca me perguntaram se eu queria um irmão menor, branquelo, de bochechas enormes e vivíssimos olhos escuros. Não c...
-
Achei que não fosse postar nada sobre o Natal, mas tenho recebido um bocado de mensagens carinhosas. Então acredito que pode cair bem, uma c...
-
Se existe algo fácil de se fazer, é irritar uma pessoa infeliz. Pessoas amargas, pessimistas e chatos em geral, então, são o que há de m...
-
A menina sonhava com um corselet. Desejava ardentemente se ver dentro de um, porque afinal de contas, todas as meninas da sua turma achava...
-
Se hoje alguém me pedisse um conselho, apenas um, eu diria: seja como os ipês. Tenho uma queda por eles, é verdade. Não escondo de nin...
-
Sabe, eu gosto de coisa simples. Gosto daquelas partes da vida em que tudo anda meio descomplicado, quando a gente olha e sabe bem o que...
-
Faz um tempo, me disseram que eu penso demais. Na época - como em tantas outras situações - eu não compreendi as implicações desse fato. Ai...
-
Estava aqui olhando as pessoas postarem citações e o pensamento voou. Foi inevitável, como tantas vezes acontece e me vi no meio de um que...
Blogs que acompanho
-
-
FÉRIAS DE VERÃO !Há 4 dias
-
Ainda estou aquiHá 5 meses
-
-
Glimpses of the PastHá 4 anos
-
-
da intensidadeHá 8 anos
-
-
-
EntrelaçadasHá 10 anos
-
-
リースという選択Há 11 anos
-
Cheiro de Terra MolhadaHá 11 anos
-
OpostoHá 11 anos
-
Tudo pode acontecerHá 12 anos
-
Quando somos prejulgados...Há 12 anos
-
-
-
Tudo passa...Há 13 anos
-
Interdição...Há 14 anos
-
-
-




0 comentários:
Postar um comentário