Se tem algo que pode ser considerado a mola do mundo, são as mudanças. E se precisamos mencionar algo que tensione essa mola, citemos o medo. Grandes mudanças geram grandes medos. E grandes temores, quando superados, proporcionam resultados incríveis. Se é fácil? Claro que não. Desconfio que muitos primatas devem ter morrido de fome, sem coragem suficiente para descer das árvores.
Mudar é difícil, chato, dolorido e incômodo. É uma época em que olhamos para nossa própria vida e tudo se sacode, gira e muda de cor, como se os dias houvessem se transformado num caleidoscópio manuseado por mãos infantis. Ficamos preocupados, confusos, amedrontados e, amiúde, gostaríamos de poder dormir até que o processo acabasse. Quem nunca? Por várias vezes, eu já passei por isso. E se há uma coisa que a experiência tem me mostrado é que, apesar de angustiantes, mudanças costumam trazer consigo muitas benesses.
Uma delas é a oportunidade de passar o saco de lixo, quer seja nas gavetas, quer nas lembranças, nos velhos hábitos, no que se leva da vida. O que quer que se guarde - material ou não - pode ser reavaliado durante o processo de mudar. Quero dizer, quando se passa de um ponto a outro, nem tudo precisa vir junto; nem tudo é valioso o suficiente para se carregar. Por outro lado, o que se preserva adquire novo valor, por ter sido revisto e mais uma vez amado.
Mudar é uma chance de acolher o novo, com coragem e bom ânimo. É olhar para uma nova etapa e poder dar as boas-vindas aos dias que virão. É uma possibilidade de não mais ficar nessa de belém-belém com a vida, mas apertar-lhe a mão, com direito a cusparada, para firmar uma parceria de crescimento e novidades.
Difícil? Muito. Incerto? Quase sempre. Incômodo? Frequentemente. Aí eu pergunto: não fosse a metamorfose, como teríamos borboletas?
Beijinhos
Fê Coelho
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