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Não sei se vou conseguir explicar aqui, com meu vocabulário restrito, o que ocorre quando nos tornamos mães. Aliás, sobre o que realmente quero discorrer é o processo pelo qual uma mulher se torna mãe - ou mais particularmente o processo pelo qual me tornei mãe. Nada de fisiologia, pessoas. Estou falando do campo afetivo. Sei que vai ser difícil montar o discurso, mas sempre se pode tentar, não?
Quando me vi esperando minha primeira filha, após o susto e o - vamos assumir - pânico de uma gravidez em uma idade tenra, acabei num primeiro momento aceitando a ideia. Depois disso, me apaixonei por ela - a ideia. Eu me tornaria mãe. Subiria um degrau na hierarquia. Seria um pouco mais adulta, por assim dizer. Acariciei essa possibilidade com todo o amor que eu tinha para oferecer àquela época. Cuidei de mim, cuidei do bebê que Deus formava em meu ventre e tentei me fazer forte para ser a mãe que esse bebê precisava.
E amei essa ideia. Amei esse conceito de mãe e essa relação de maternidade que se estabeleceria. Dediquei a esse bebê que se formava em mim todo o afeto que eu estava preparada para dedicar.
E acontece que os bebês nascem. E engana-se, no meu parco entendimento de mãe de duas filhas, quem diz que nesse exato momento nasce uma mãe. Por definição, sim. Mas não foi uma coisa cósmica, o surgimento do meu amor. Amor é coisa que demanda conhecimento. É algo pessoal, íntimo demais. Sou assim, um pouco devagar para começar a amar e absolutamente desvelada no amor que construo, no amor que conquisto.
Quando vi aquele bebezinho careca, pelo qual senti dores terríveis, dormindo e depois, com sua boquinha morta de esfomeada, eu gostei da ideia. Eu quis aquela menina e quis amá-la com tudo o que eu podia.Talvez não soubesse muito bem como fazê-lo, mas eu queria - com toda minha alma.
Então passaram-se os minutos, as horas e os dias. E eu aprendi a amá-la pelo seu nariz arrebitado, pela maneira como ela dormia, pelo som do seu choro, pelo toque da sua pele e por todo o resto. A mágica se fez. Eu amava aquela criança como provavelmente não poderia amar a mais ninguém no mundo. Eu precisava de minha filha. Precisava saber que ela estava bem, precisava do seu sorriso e do som da sua voz. Eu precisava fazê-la dormir. Eu necessitava dessa convivência, como jamais imaginei necessitar de algo.
Então eu me vi esperando outra menina. Tecnicamente, não haveria motivo para surpresas - considerando que eu já era mãe. Mas eu tive muito medo. Como seria possível amar alguém com a mesma intensidade, com a mesma devoção que eu dedicava à minha primeira filha? Impossível! E temi não conseguir amar minha segunda filha, ou preteri-la em favor da outra, ou o contrário. Passei muitos momentos pensando a respeito, atemorizada, mortificada, curiosa.
E ela nasceu. Que coisa maravilhosa, ver minha primeira filha segurando a segunda no colo, como se dissesse "olha, mamãe, a boneca nova que eu ganhei". E o amor foi se fazendo aos poucos, novamente. E uma vez mais, ele se fez maravilhoso, forte, desvairado e para sempre. E aprendi a amar uma filha na outra. Aprendi a amar o cuidado que uma tem com a outra, o companheirismo. Aprendi que é possível, sim, amar duas pessoas desesperadamente e dar tudo de si e mais um pouco, sem que isso signifique um esforço.
Acho que é isso o que nos torna mães: conhecer, amar e descobrir a cada dia que esse amor só aumenta. Acredito que essa é a maior surpresa da vida: um afeto que te assusta, de tão forte, de tão sublime. Um amor que te explica o amor que você recebeu, que te aproxima dos seus pais e te mostra como amar os seus irmãos. Acho que ser mãe é o que passa a nos mover, quando acontece.
É por isso que eu confio no amor que tenho. É por isso que acredito que vai dar tudo certo, porque temos o amor por guia e um vínculo que só se fortalece, que só aumenta, que só encontra mais e mais motivos para existir. Porque agora eu amo mais que antes. Sempre mais. Sempre mais bonito. Sempre mais intenso. Porque me torno, a cada dia que passa, mais e mais mãe - se é que isso é possível. A questão fundamental é: impossível é uma palavra muito pouco usual no vocabulário de uma mãe.
Feliz dia das mães a todas vocês, mulheres que estão fazendo o melhor que podem, porque simplesmente não conhecem outra forma de agir.
Parabéns pelo amor que entregam e pela maneira que o fazem.
Beijinhos
Mamãe Coelho ^^)
Plágio é crime e deve ser encarado como tal. A divulgação dos escritos é uma honra, mas os créditos são compulsórios.
Um espaço para dividir minhas crônicas, outros textos e percepções malucas.
sábado, 12 de maio de 2012
Sobre o amor que se constrói.
Não sei se vou conseguir explicar aqui, com meu vocabulário restrito, o que ocorre quando nos tornamos mães. Aliás, sobre o que realmente quero discorrer é o processo pelo qual uma mulher se torna mãe - ou mais particularmente o processo pelo qual me tornei mãe. Nada de fisiologia, pessoas. Estou falando do campo afetivo. Sei que vai ser difícil montar o discurso, mas sempre se pode tentar, não?
Quando me vi esperando minha primeira filha, após o susto e o - vamos assumir - pânico de uma gravidez em uma idade tenra, acabei num primeiro momento aceitando a ideia. Depois disso, me apaixonei por ela - a ideia. Eu me tornaria mãe. Subiria um degrau na hierarquia. Seria um pouco mais adulta, por assim dizer. Acariciei essa possibilidade com todo o amor que eu tinha para oferecer àquela época. Cuidei de mim, cuidei do bebê que Deus formava em meu ventre e tentei me fazer forte para ser a mãe que esse bebê precisava.
E amei essa ideia. Amei esse conceito de mãe e essa relação de maternidade que se estabeleceria. Dediquei a esse bebê que se formava em mim todo o afeto que eu estava preparada para dedicar.
E acontece que os bebês nascem. E engana-se, no meu parco entendimento de mãe de duas filhas, quem diz que nesse exato momento nasce uma mãe. Por definição, sim. Mas não foi uma coisa cósmica, o surgimento do meu amor. Amor é coisa que demanda conhecimento. É algo pessoal, íntimo demais. Sou assim, um pouco devagar para começar a amar e absolutamente desvelada no amor que construo, no amor que conquisto.
Quando vi aquele bebezinho careca, pelo qual senti dores terríveis, dormindo e depois, com sua boquinha morta de esfomeada, eu gostei da ideia. Eu quis aquela menina e quis amá-la com tudo o que eu podia.Talvez não soubesse muito bem como fazê-lo, mas eu queria - com toda minha alma.
Então passaram-se os minutos, as horas e os dias. E eu aprendi a amá-la pelo seu nariz arrebitado, pela maneira como ela dormia, pelo som do seu choro, pelo toque da sua pele e por todo o resto. A mágica se fez. Eu amava aquela criança como provavelmente não poderia amar a mais ninguém no mundo. Eu precisava de minha filha. Precisava saber que ela estava bem, precisava do seu sorriso e do som da sua voz. Eu precisava fazê-la dormir. Eu necessitava dessa convivência, como jamais imaginei necessitar de algo.
Então eu me vi esperando outra menina. Tecnicamente, não haveria motivo para surpresas - considerando que eu já era mãe. Mas eu tive muito medo. Como seria possível amar alguém com a mesma intensidade, com a mesma devoção que eu dedicava à minha primeira filha? Impossível! E temi não conseguir amar minha segunda filha, ou preteri-la em favor da outra, ou o contrário. Passei muitos momentos pensando a respeito, atemorizada, mortificada, curiosa.
E ela nasceu. Que coisa maravilhosa, ver minha primeira filha segurando a segunda no colo, como se dissesse "olha, mamãe, a boneca nova que eu ganhei". E o amor foi se fazendo aos poucos, novamente. E uma vez mais, ele se fez maravilhoso, forte, desvairado e para sempre. E aprendi a amar uma filha na outra. Aprendi a amar o cuidado que uma tem com a outra, o companheirismo. Aprendi que é possível, sim, amar duas pessoas desesperadamente e dar tudo de si e mais um pouco, sem que isso signifique um esforço.
Acho que é isso o que nos torna mães: conhecer, amar e descobrir a cada dia que esse amor só aumenta. Acredito que essa é a maior surpresa da vida: um afeto que te assusta, de tão forte, de tão sublime. Um amor que te explica o amor que você recebeu, que te aproxima dos seus pais e te mostra como amar os seus irmãos. Acho que ser mãe é o que passa a nos mover, quando acontece.
É por isso que eu confio no amor que tenho. É por isso que acredito que vai dar tudo certo, porque temos o amor por guia e um vínculo que só se fortalece, que só aumenta, que só encontra mais e mais motivos para existir. Porque agora eu amo mais que antes. Sempre mais. Sempre mais bonito. Sempre mais intenso. Porque me torno, a cada dia que passa, mais e mais mãe - se é que isso é possível. A questão fundamental é: impossível é uma palavra muito pouco usual no vocabulário de uma mãe.
Feliz dia das mães a todas vocês, mulheres que estão fazendo o melhor que podem, porque simplesmente não conhecem outra forma de agir.
Parabéns pelo amor que entregam e pela maneira que o fazem.
Beijinhos
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A autora por ela mesma
- Fernanda Coelho
- Uma pessoa muito bem humorada, otimista incorrigível, tentando se encontrar nesse mundo maluco.
Boas vindas.
Seja bem vindo você que vem curioso, que vem interessado ou mesmo desacreditado.
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
Seja bem vindo você que me lê e descobre-me aos parágrafos.
Aproveita as palavras que encontrar por aqui e fica à vontade: a casa é sua. Só não põe o pé na mesa.
Sejam todos bem vindos.
Beijinhos
Fê
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5 comentários:
Fê, vim aqui ler suas últimas postagens e como não poderia deixar de ser quase me derreti de tanta emoção com esse texto! Ser mãe é isso mesmo, uma descoberta, é ser presenteada com um tesouro tão precioso que assusta! Quando tive minha primeira filha, eu me perguntei se Deus não estava sendo muito irresponsável em confiar a mim coisa tão valiosa! rsrs.
Vc conseguiu descrever nesse texto sentimentos de todas as mães de primeira, segunda, terceira viagem... Não muda, amiga, cada filho será sempre a mesma emoção! Espere só quando vc se tornar avó, é emoção ao quadrado! rsrs
Bjo grande!
Oi, Fernanda, estou vindo aqui exatamente hoje, dia 30 de maio aniversário de minha filha. E dou de cara com esta beleza de texto. Amor de mãe é assim, é um saco sem fundo, podem vir dois, três... tudo é a mesma coisa. E a gente gosta igual sem fazer força nenhuma. Não são amores diferentes; são amores de intensidade igual.
Belo texto, amiga, como é de seu feitio!
Beijos mil
Tais
Obrigada, meninas, pelo carinho. Não tem jeito, né. A gente cai de amores por essas criaturinhas e está perdido para sempre.
Beijo enorme pras duas =)
Fê,estou emocionada com suas palavras que transbordam amor,carinho... Sabe direitinho como expressar esse ser chamado MÃE, toda essa ternura que nós somos.Parabéns!
Obrigada pela visita, Naiara. Seja sempre muito bem-vinda!
Beijo enorme =)
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