sexta-feira, 30 de julho de 2010

Por que diabos estou nessa?

Por que diabos estou nessa de escrever? Foi a pergunta que me fiz ao ler um artigo do Raphael Draccon - autor da série Dragões de Éter - no blog Sedentário Hiperativo. No texto, o autor discorre sobre os motivos pelos quais escreve e lança a pergunta que ficou me agoniando por dois dias: por que eu tenho que escrever? Talvez, para contar o porquê de eu estar nessa, tenha que contar como entrei nessa. Vamos lá, então.

Sempre gostei de escrever, desde os tempos do ensino fundamental. Mas puxando a história pelo mais recente, comecei a escrever para me livrar de alguns pensamentos fixos. Um dia eu estava indo ao banco, quando uma moça de cabelos cor de chocolate, dona de uma livraria veio me contar que se apaixonara perdidamente por um pianista órfão, lindo de morrer, perfeito e, bem, por algum motivo que eu não sabia dizer, eles não estavam mais juntos. Ela me deu um parágrafo inteiro e minha missão era: descobrir o motivo da separação e resolver a história. Surgiam aí meus dois primeiros personagens: Rafaela e Marco. O que se seguiu a esse dia foi uma série de sonhos e pensamentos diurnos que me deixaram estressada. Como eu ja começava a ficar chateada com o fato de não saber quem a Rafaela era ou o motivo de ela terminar um relacionamento com um homem ótimo, resolvi escrever, pra ver se esquecia. Hahahah. Foi aí que eles me pegaram pelos pés meeesmo. Apareceu uma família, amigos e um monte de outras coisas. Tá certo que todos eles entraram na geladeira depois do surgimento da Carolina (A Encantadora de Palavras)

E aconteceu que, no meio desses personagens exigentes, acabei me encontrando. Me divirto com eles, rio na frente do computador, me estresso e passo um bom tempo vivendo seus problemas e soluções.

Mas dizer que escrevo porque os personagens me exigem, parece: 1- um motivo muito fraco pra gastar meu tempo nisso; 2- esquizofrenia (em franca atividade). E é por isso que comecei a pensar melhor sobre minhas pulsões.

Queimei a mufa durante dois dias, como eu já disse e cheguei a uma conclusão: herança

Se eu for falar sobre herdar bens materiais, hoje minhas filhas não receberiam um pau pra tacar no gato. E, embora a estabilidade financeira dos filhos na falta dos pais figure no hall de nossas obrigações, o que se deve deixar para eles vai muito além disso. E enquanto não resolvo o problema de ser rica (hihih), vou deixando para elas algumas lembranças de mim. Algo como aqueles anéis de família, que a mãe passa para a filha e para as netas e por aí vai.

Quero escrever para que algum pedaço de mim possa sempre estar com minha família, nem que seja um pensamento que virou papel. Pretendo deixar algo de que possam se orgulhar, depois que já tiverem se divertido bastante. Claro que, afirmando isso, parto do pressuposto que minhas histórias são boas. hahahah. Bem, fato é que, escrevendo para elas, eu capricho e graças ao bom Deus, elas gostam.

Quem sabe, daqui a alguns anos, ainda haja alguma história "da bisa" ou da "tata" correndo por aí.


Beijinhos







quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sobre o temperamento de alguns livros

Hoje eu estava lendo alguns blogs, tentando me situar nessa coisa aqui - que para ser sincera se revela mais melindrosa e divertida do que o esperado. São muitas ferramentas e gadgets e templates e links e uma lista interminável de palavras e recursos que eu espero conseguir dominar ao longo do tempo. Na pior das hipóteses, vale a tentativa e o exercício.

Enquanto eu passava de um blog para outro, encontrei algo com que me identifiquei. No blog http://mundodefantas.blogspot.com/, a autora faz algumas resenhas interessantes. Mas o que mais me chamou a atenção foi a maneira como ela apresenta seus contatos com os livros. Segundo ela, os melhores livros são os que a encontram. E a autora segue tratando da maneira como os livros, das prateleiras, pedem a ela para serem lidos.

E por que é que eu estou falando disso? Bem. Provavelmente porque o mesmo acontece comigo.

Tenho uma dificuldade enorme em ler aquele livro "que está todo mundo lendo" ou aqueles que "você teeeem que ler". Não sinto que teeenho que ler nadica de nada. Aliás, só consigo ler esses livros que estão na moda, quando a febre passou. Apenas quando o livro, cansado de tanta gente brigando por ele, procura uma leitora talvez um pouco desinteressada ou cética. Como se fosse o bonitão da turma que acaba por namorar uma menina que não dá a mínima pra ele. Perdoem-me a comparação ridícula, mas não me ocorreu algo melhor.

Fato é que quando entro numa livraria, gasto um tempo enorme olhando para as estantes. Mexo, olho, leio as orelhas e demoro um tempão para me decidir. Então acontece: um livro pisca para mim e. Algumas vezes eu até tento procurar outro, mas esses livros que nos escolhem têm uma tendência a serem temperamentais. Fazem birra, e se jogam da prateleira, diretinho nas nossas mãos impotentes.

Aí já era. É só passar no caixa e levar o pimpolho para casa.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Reflexões sobre a maternidade


Se tem uma coisa sobre a qual tenho pensado muito essa coisa é o ofício de ser mãe. Tantas coisas acontecem e mudam em nossas vidas desde que adquirimos a credencial de mãe, que às vezes ficamos meio pasmas. Está aí uma definição que gosto de usar: ser mãe é a arte de se bestificar continuamente.

A primeira de todas as bestificações é o resultado positivo do exame de sangue. Sim, porque por mais que imaginemos ter dado entrada no processo para adquirir a já citada credencial, nunca acreditamos que isso seja realmente um fato consumado. Quando soube que iria ser mãe pela primeira vez, se é que isso de primeira ou segunda vez existe, acho que fiquei pasma. E, para ser sincera, não creio que tenha me recuperado até hoje.

Ficamos bestificadas com o amor que um pequeno ser ainda sem rosto pode nos despertar. E quando ele mexe a primeira vez então, tudo isso é elevado ao quadrado. A primeira ultrassom é uma coisa. Aquele bebezinho cabeçudo, com um corpinho minúsculo e um coraçãozinho que bate. Não existe bebezinho de utrassom melhor que o nosso.

Depois vem o nascimento e a série "meu primeiro": meu primeiro sorriso, primeiro dente, primeira vez que sentei, que disse mamãe (aliás, dizer mamãe antes de papai é uma questão de justiça - que me perdoem os pais), que andou... e por aí vai.

O primeiro dia na escola. A chegada de um irmãozinho. Aí vem a segunda onda de bestificações.

É inacreditável a quantidade de horas que podemos dedicar a olhar dois rostinhos sem enjoar deles. Incrível como podemos fazer tantas coisas ao mesmo tempo e ainda achar graça de tudo isso. E contar a mesma história vinte vezes. E falar tudo errado. E tentar fazer tudo certo. E viver para dar o exemplo. E errar tantas vezes.

Ser mãe é bestificar-se diariamente. Com o quanto uma criança pode ser observadora, com o quanto pode ser encantadora. Com o quanto você pode se irritar com alguém e, mesmo assim, nunca ter vontade de voar no seu pescoço.

É ficar pasma por perceber que passou um bom tempo torcendo para que os primeiros dentinhos não nascessem (para manter o bebezinho banguela mais gostoso do mundo juntinho com você) e depois se orgulhar dos dentinhos brancos que nasceram. E quando a criança já tem seus seis anos, ficar na maior expectativa, porque os dentinhos lá se vão caindo outra vez. E vibrar quando, novamente, você vê um dentinho novo.

Enfim. Ser mãe é manter-se bestificada e beatificamente em paz.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Nunca é tão ruim quanto imaginamos

Passando só pra falar da beleza de estar redondamente enganada.
Finalmente, inseri o ponto final na minha história. A Encantadora de Palavras já tem começo, meio e fim - oficialmente. \o/

E não foi nem de longe difícil como eu imaginava que poderia ser. Ao contrário do que eu pensei que fosse acontecer, a sensação de terminá-la foi magnífica. Não soou como perda, mas como o ganho de um presente. Uma história novinha em folha, para dizer que fui eu que fiz.

Agora é só ver que bicho dá. Para o infinito e além... /o/

Beijinhos

Sobre o ponto final

Li, em algum lugar, que escrever é muito facil: começa-se com uma letra maiúscula e termina-se com um ponto final. E aí é que mora o problema. O ponto final.

A Encantadora de Palavras tem sido uma bélíssima distração para mim. Tem me acompanhado durante meses e me divertido. E, por incrível que pareça, a Carolina - personagem principal da história - conseguiu meu afeto. Gosto dela como se ela de fato existisse. Tá, vai. Isso ficou parecendo papo de mãe coruja, mas é meio que por aí mesmo. É exatamente por isso que seria uma injustiça enorme com a personagem construir para ela um final que não faça jus a tudo o que ela fez durante o livro.

E tem também o ato de terminar. Pode parecer que eu esteja ficando doida, e na verdade acho que tem um pouco disso mesmo, mas terminar seria me despedir dessa história. Fica uma insegurança e uma sensação de perda esquisitas. Insegurança porque, ao terminar, vou mandar a Carolina para mais uma missão: a de virar papel. E isso vem com um caminhão de outras preocupações, como se fosse o primeiro dia de aula do primeiro filho: medo de que não gostem dela ou de que a achem boba ou de que ela não se encaixe em nenhuma turma. Se bem que todos nós tivemos amigos e desafetos, não?

De qualquer forma, provavelmente, hoje escrevo o final dessa história. Provavelmente! E se no final das contas eu achar que fui injusta com a Carolina, sempre há a chance de refazer. Porque o papel em branco aceita tudo, não?
Então é isso. Ponto final, aqui vamos nós. \o/

Beijinhos


Uma pequena apresentação

Esse, provavelmente é o momento de me apresentar e justificar o nome do blog, não?Ok, então vamos lá.

Meu nome é Fernanda Gonçalves. Goiana, bem humorada, apaixonada pela vida e pela família. Uma otimista irrecuperável e entusiasta de tudo que seja novo (ou velho redescoberto). Tenho uma máxima: as melhores coisas são simples. E acabo por buscar a simplicidade em tudo o que faço e, principalmente, no modo como me relaciono com as pessoas. Gosto de música e canto o tempo todo. Sou viciada em ´"pôr o pé na roça" e em tudo o que seja verde. Tem vida, traz tranquilidade, tô dentro.

Agora, vamos falar sobre o nome do blog. A Encantadora de Palavras não sou eu, e sim uma invenção minha. Esse é o título de minha primeira história de verdade, assim, com começo, meio, fim e mais de cinquenta páginas. hehehe. Claro, eu tenho outras que não se encaixam nesses critérios, mas isso é outra história para outro pôr do sol.

A quem por acaso se aventure por aqui, fique à vontade. Espero que goste de minhas histórias e reflexões sobre o cotidiano, a vida e um monte de outras coisinhas.

Beijinhos
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