O mundo não para, é o que dizem. Óbvio em certa medida; cliché, até. Todos sabemos disso, embora só venhamos a experimentar essa realidade quando gostaríamos que ele parasse.
O mundo não para. Por ninguém, nem para ninguém. Ele não para para assistir às grandes tragédias, nem aos pequenos dramas. E não diminui o ritmo para que se aliviem as dores ou se celebrem as vitórias.
O tempo vai.
A vida continua a florescer e a se esvair. Pessoas se encontram e se perdem. Laços se criam e se desfazem e o mundo continua. As buzinas soam, os despertadores tocam, a bolsa de valores sobe e desce, as agendas se cumprem.
E lá se vão os dias .
Porque a vida é algo que, contrariando todo nosso sentimento de proteção do ego, acontece apesar de nós. A vida segue. Ela sempre continua o seu curso. Ela não pode esperar que tenhamos revisado todas as boas e más notícias para acontecer. O presente urge em ser passado. Assim como o futuro insiste em se tornar presente.
E dessa forma os passantes seguem ruminando suas questões, enquanto vão vivendo. E vão juntando seus pedaços da melhor maneira possível - entre uma reunião e outra, entre um e outro momento.
Porque o mundo, ah!, esse não para nunca.
Então talvez o processo de se refazer seja algo como o de pegar folhas caídas numa grande avenida: recolher o que for possível enquanto o semáforo estiver fechado. Talvez a gente se refaça entre um carro e outro, aos sopetões, ou talvez com calma, juntando aqui e acolá o que for possível. E a gente se refaz sabendo que algumas folhas o vento sempre leva consigo.
E o segredo pode estar em deixá-las ir para que se possa juntar o restante.
O mundo não para nem pela dor, nem pelo amor. O mundo não para, não volta e nem se adianta. Ele simplesmente nos oferece a inacreditável oportunidade de seguir com ele e ver o que acontece depois.
Ora, e o que é a vida, senão um grande convite?
Beijinhos
Fê Coelho.
Fê Coelho.
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