A estrada costuma se apresentar a mim como um bom lugar para pensar. Talvez por estar sempre sozinha, talvez porque a vastidão do horizonte me faça refletir. Ontem, entre uma curva e outra, atenta à sinalização horizontal, praticamente perseguindo uma faixa branca contínua, um pensamento se apresentou: no final das contas, todos temos uma linha que nos guia vida afora.
Muitas vezes, esse guia é um objetivo, um plano bem traçado, ou uma ideia insistente. Noutros casos, o que nos serve de referência é a religiosidade. E há quem se paute apenas por princípios. Fato é que algo se presta a nos orientar o caminho, as curvas e as escolhas.
Entendo que amiúde queiramos nos referir à vida como algo caótico, sem sentido, solto no espaço e no tempo. Algumas pessoas podem, inclusive acreditar que vivem, de fato, à deriva. Todavia, essa escolha de não se guiar por nada já é traçar um referencial sobre o qual serão vividas as horas e meses.
Estrada sem orientação é ambiente propício para acidentes. Nau sem farol é propícia à deriva. E pessoa que não reconhece aquilo que a impulsiona não sabe muito bem para onde ir.
Não que precisemos olhar a faixa branca o tempo todo. A estrada só pode ser aproveitada por olhos que consigam captar tudo quanto ela oferece. A vida é mais bonita quando nos prestamos a vivê-la em sua plenitude. Mas vez ou outra, numa curva perigosa, num momento de decisão, é bom nos atentarmos para aquilo que nos guia. Manter os olhos fixos no que nos orienta é uma boa forma de seguir o caminho para onde deixamos nossos sonhos.
E que venham as curvas, os morros e as longas faixas brancas. Pois a vida é presente. E presente a gente aproveita!
Beijinhos
Fê Coelho
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