quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um Bilhete a Morfeu



Chega de mansinho esta noite, Morfeu, trazendo consigo meus sonhos mais lindos? Se aninha ao meu lado e  canta uma canção nova, cheia de doçura e de novidade? Me fala de coisas que não sei se existem, de lugares novos e me ajuda a voar bem de leve, bem longe, bem livre?

Não tenha pressa, Morfeu, que a noite é toda nossa. Se demora, que a aurora está longe, que os sonhos ainda nem começaram. Derrama um bocadinho de areia em meus olhos e me embala, pra presente, pra entrega, pra viagem, pro que os sonhos quiserem. E fica aqui. Entre as cobertas, entre os segundos e além do tempo, fazendo o hoje virar ontem; fazendo o amanhã virar hoje. Sempre mais suave e mais belo.

Acolhe, Morfeu, meu cansaço e faz dele poesia.

E quando o dia raiar, se esconda. Vá embora levando consigo o som de minha respiração distraída, despreocupada. Deixa comigo essa espera por novos sonhos, por novos dias e por um amanhã reluzente de esperança. Tempera o dia com o sabor dourado do crepúsculo, quando provavelmente estaremos esperando um pelo outro.

Boa noite.
Fê Coelho

1 comentários:

Sueli Gallacci disse...

Fê!

Esse seu texto é um poema delicado, um monólogo forte e verdadeiro, tudo ao mesmo tempo! Lindo pedido a Morfeu, parecem desejos de menina que ainda reside na inocencia.
Amei!

Bjos afetuosos, menina que encanta com as palavras!
sg

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