Conheço você desde que me entendo por gente. Aprendi a andar ao seu redor, ou seria para fugir de você? Aprendi a falar para te pedir alguma coisa, ou para contar à mamãe alguma maldade que você tenha feito comigo. Vá saber. O que importa mesmo é que em todos os marcos realmente importantes de minha vida, sua figura sempre se fez presente. Você sempre esteve lá, com esses seus olhos cor de mel e esse sorriso bondoso que quase destoa numa cara de onça brava que só você sabe fazer. E quando penso em nós duas, embora sejamos tão diferentes em tantos aspectos, é como se pensasse em uma coisa só, indivisível, única, uma bagunça que a gente entende tão bem e que não se desfaz.
Com você, amoreco, aprendi a brigar, a dividir e ceder. Aprendi a ouvir, a dar colo, a ser companheira e fofocar. Mas eu diria que uma das coisas mais divertidas que aprendi contigo foi não brigar. Recordo-me exatamente, como se fosse há quinze minutos, de ver sua imagem refletida no espelho, fula da vida, enquanto me ouvia dizer "olha, eu sei que você quer brigar, mas tenho uma novidade: eu não vou brigar. Se quiser, brigue sozinha". Nesse dia, adquiri o hábito de resolver se quero brigar ou não. E sei que te matei de raiva um milhão de vezes com ele. Acontece que brigar contigo nunca foi algo quem me agradasse, porque a bem da verdade, tudo o que eu sempre quis foi a sua aprovação.
Sempre te admirei, amore. Sempre vi em você um exemplo. Você era algo, assim, como uma força da natureza, nunca se conformando muito bem com as coisas, dando um jeito para que os resultados se moldassem à sua maneira.
E o tempo passou. E nessa sanfona maluca da vida, que afasta e aproxima as pessoas, de alguma maneira, sempre estivemos unidas por um amor que não se dissolve.
Hoje sei que tenho em você um lugar seguro para onde ir, sempre que quiser e precisar. Tenho em você uma amiga extremamente fiel, uma pessoa que sempre me lembrará quem eu sou e do que sou feita. Estou falando de raiz, maninha. Daquilo que realmente importa. Sei que sempre terei em você uma pessoa divertida com quem rir e alguém com quem praticar minhas patéticas tentativas de ser um remendo de psicóloga.
Te admiro muito. Pelas pequenas coisas e pelas grandes. Te admiro pela garra com que você abraça a vida, com que desempenha seu trabalho e pelo amor com que se faz mãe. Te admiro pelas palavras doces que entrega de graça, pelo carinho que tem com todos à sua volta, pela maneira com que põe a mesa e decora a casa e por todo o resto.
Obrigada pela amizade, pela fidelidade, por todo o seu amor e por todo o resto. Obrigada por meus sobrinhos e por me ensinar a beleza de se cuidar de duas crianças lindas e estragá-las à vontade - afinal de contas, as tias estão aí para isso mesmo.
Te amo muito mais do que poderia caber em um texto curto escrito por uma pessoa de vocabulário reduzido.
Beijo gigante.
Feliz Aniversário!
Fê