Algumas pessoas costumam dizer que bebem para esquecer. Ah! Se elas soubessem o conforto que um bom livro traz, não ficariam brincando com a dosagem de suas pobres enzimas hepáticas.
Há, na vida de todos nós, momentos em que a realidade não é - nem de longe - convidativa. Ao contrário: às vezes juntamos tanto lixo mental, tantos arranhões e hematomas em nossa - por vezes tão frágil - psique, que precisamos nos afastar por um tempo. E não estou falando em afastamento das pessoas ou dos lugares. O distanciamento, por vezes, precisa ser de nós mesmos - para poder suportar os fatos, para respirar um pouco ou simplesmente para não enlouquecer. E nesses momentos as pessoas recorrem a vários modus operandi.
Algumas pessoas resolvem enfiar tudo para debaixo do tapete e fingir que suas vidas são perfeitas e fluem em absoluta harmonia. Essa não é uma boa opção. Acreditem, eu sei do que estou falando. Testei esse método por anos, sem sucesso.
Outras pessoas resolvem "pirar e deixar rolar". Também testei essa aí nos últimos dias. O resultado é parcialmente satisfatório. É bom pirar de vez em quando, porque ficar todo o tempo com as comportas fechadas gera inundação. Instala-se um processo de angústia filha-da-mãe, que não caberia nem sob o maior tapete do mundo. Abrir as comportas gera alívio, mas a quantidade de coisas represadas vai destruindo a paisagem no caminho e não se sabe bem o que pode sobrar depois disso. Mas uma coisa é fato: o que sobra deu mostras de ser suficientemente forte e de que merecia ter permanecido de pé.
A desvantagem do método "piração total" é que cansa. Pensar o tempo todo sobre o mesmo problema, suas causas e desdobramentos consome energia demais. O resultado disso é um esgotamento emocional sem precedente. E, acredito eu, talvez seja nesse momento que as pessoas começam a destruir o próprio fígado.
Considerando que não tenho vocação para a sarjeta, que prezo pela minha dignidade, detesto ressaca, e que vislumbro prados verdejantes para além da tempestade, o famoso "beber para esquecer" está totalmente fora de cogitação!
É nesse ponto que entra a leitura. Ao abrir um bom livro e correr os olhos pelas primeiras páginas, a depender do talento de quem escreve e da disposição de quem lê, pode-se facilmente desligar de si mesmo. E que sensação maravilhosa, a de viver os dilemas, anseios e problemas de outro ser - mesmo que imaginário. Que bom se entregar ao esvaziamento de mente, à preguicinha de folhear e montar, nem que seja por pouco tempo, uma realidade menos dura.
Porque os livros fazem isso por nós. Eles são a realidade que não foi. A vida que deixou de ser e que, exatamente por isso, nos encanta. Porque quando um bom livro nos toca, pode a vida estar de cabeça pra baixo, pode estar tudo uma bagunça. Haverá, contudo, um bom lugar para repousar a mente e esperar só mais uma página para voltar ao cotidiano.
Só mais uma... e mais uma... só mais um pouquinho...
Beijinhos
Fê
6 comentários:
Não há nada melhor que navegarmos nos livros, nos enche de algo bom, quando estamos esvaziando!
De fato, leituras são uma boa fonte de tranquilidade.
Beijos
é uma das melhores sensações mesmo. isso eu sei até quando pego um livro de matemática, fisica ou quimica para resolver contas... e me sinto bem, imagine sendo uma literatura?! caramba! saio de mim! principalmente nos momentos que estou mais triste.
Livro é bom! Não apenas em conhecimento, em tudo!!
Ler é ótimo líder! e como deve ter notado escrever também, da aquela distancia dos nosso problemas, a calma da descrição a parcialidade da nossa visão.
Os adultos vivem dizendo que a adolescência é um dos periodos mais marcantes da vida. Mais o que o adolescente pensa disso?
Acessa meu blog?
http://blogdeumagarotaadolescente.blogspot.com/
Se gostar do meu blog, segue lá, ficarei muito feliz mesmo.
Desde já obrigada, tenha uma ótima semana.
Atenciosamente Tainã Almeida.
Gostei da postagem os livros realmente são muitos importantes e devemos sempre ter o hábito da leitura. Vou até fazer uma post sobre isso no meu blog. pois o tema é muito interessante.
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